I
Como tudo começa
Eu sou meio suspeita pra falar, pois conheci
Aninha( é assim que chamava Ana Clarice intimamente), pois estudamos juntas a
graduação em pedagogia no início de 2003 e até hoje nossa amizade perdura.
Ela sempre foi falante, criativa, amiga de todas
as horas, quebrava o galhos de algumas outras colegas, namoradeira,e ao mesmo
tempo pensativa, crítica,às vezes gostava mais de ouvir do que de falar. Mas,
não poderia deixar de expor para vocês essa história que começa assim...
Quando conheci Ana Clarice, ela já ensinara na
escola de sua mãe Maria, uma escola pequena,porém acolhedora e organizada, de
um bairro carente e também estigmatizado da cidade do Recife.
Ouvia muito ela falar que estava feliz por ajudar
a sua mãe a realizar sonhos, que também eram dela. ensinava crianças a ler e se
apropriar da leitura, era bonito de ver como ela enchia os olhos de lágrimas ao
descrever a sensação de ver seus alunos da alfabetização lendo e fazendo uso da
leitura. Emocionava.
Aninha tinha apenas o magistério,assim ficou por
alguns anos. a cada dia sentia que era realmente aquilo que queria para sua
vida, ser professora.
Nesta escola ela viveu e ainda vive grandes histórias, uma outra que veio a memória agora, foi quando começara a ensinar no ensino fundamental, numa tarde de um dia que não me recordo agora, recebe o telefonema de uma mãe aflita, querendo matricula para sua filha, mas fala que esta tinha um “problema” e Ana Clarice prontamente perguntou: ― Que problema senhora? ― Ela tem uma deficiência. Responde a mãe, aflita e esperando uma resposta negativa daquela professora. ― Não tem problema nenhum, pode vir aqui conhecer a escola. Ela no outro dia, vai à escola e como era de se esperar, foi muito bem recebida, e atentamente Clarice ouvia o que a mãe daquela criança falara e depois de muito ouvir começou a falar: ― Bem, mãe vou lhe ser sincera, não tenho experiência com crianças com Síndrome de Down.mas, o que seria de nós professores se não houver uma primeira vez,será o meu primeiro desafio como professora,indagou Ana Clarice,e peço a ajuda da senhora e seu esposo,o mais importante será como transmitir de maneira clara todos os conteúdos A mãe,balança a cabeça como forma afirmativa e completa: ― No que você precisar estaremos prontos a atender, orientar,ela também é acompanhada por psicólogo, fonoaudiólogo, enfim uma série de profissionais que dão suporte e me ajudam também,completa. ― Vou pedir orientação a minha professora de Educação Especial na universidade que acabei de entrar, fala Ana Clarice.
Nesta escola ela viveu e ainda vive grandes histórias, uma outra que veio a memória agora, foi quando começara a ensinar no ensino fundamental, numa tarde de um dia que não me recordo agora, recebe o telefonema de uma mãe aflita, querendo matricula para sua filha, mas fala que esta tinha um “problema” e Ana Clarice prontamente perguntou: ― Que problema senhora? ― Ela tem uma deficiência. Responde a mãe, aflita e esperando uma resposta negativa daquela professora. ― Não tem problema nenhum, pode vir aqui conhecer a escola. Ela no outro dia, vai à escola e como era de se esperar, foi muito bem recebida, e atentamente Clarice ouvia o que a mãe daquela criança falara e depois de muito ouvir começou a falar: ― Bem, mãe vou lhe ser sincera, não tenho experiência com crianças com Síndrome de Down.mas, o que seria de nós professores se não houver uma primeira vez,será o meu primeiro desafio como professora,indagou Ana Clarice,e peço a ajuda da senhora e seu esposo,o mais importante será como transmitir de maneira clara todos os conteúdos A mãe,balança a cabeça como forma afirmativa e completa: ― No que você precisar estaremos prontos a atender, orientar,ela também é acompanhada por psicólogo, fonoaudiólogo, enfim uma série de profissionais que dão suporte e me ajudam também,completa. ― Vou pedir orientação a minha professora de Educação Especial na universidade que acabei de entrar, fala Ana Clarice.
Esta foi uma grande experiência para minha amiga e
até hoje ela se orgulha da postura que teve frente ao “diferente”, para ela
eram todos iguais na sala de aula.
Ela sempre quis fazer sua graduação, finalmente
começa e realiza mais um sonho.
Como falei lá no início conheci Ana Clarice na
universidade,mais precisamente no dia da matricula. Lá estava ela sentada no
banco do pátio esperando a hora de entregar os documento, quando me aproximei
puxando conversa:
― Oi! Bom dia!
― Tá esperando abrir a secretária?
― Estou, já, já abrem,respondeu.
― Seu nome? ―Ana Clarice e o seu?
― Tatiana.
― Que curso vai fazer?
― Pedagogia, à noite.
― Eita! Então poderemos ser colegas de classe,pois
também vou fazer. Acho que quando entregarem a grade curricular vem o número da
sala e turma.
― Acho que sim,legal! diz, Ana Clarice.
E assim aconteceu.Estudávamos numa sala com mais
50 alunos, e tínhamos 12 professores. Cada disciplina, um professor, víamos
eles uma por vez semana, tá dando pra imaginar né?! Quantidade de trabalhos e atividades.Enlouquecendo?
Estávamos quase!(risos)
Inúmeras vezes via Clarice chegar super cansada do
dia de trabalho que tivera, às vezes desanimada, mas preferia ficar quieta.
Mas assim também chegavam algumas outras colegas
que também ensinavam em alguma escola ou trabalhavam em loja do comércio do
Recife. Eu não chegava cansada, mas vez ou outra atrasada, morava no Cabo.Não
trabalhava, fazia alguns bicos e recebia ajuda de meus pais.
Nossa vida acadêmica foi marcada pelos
inúmeros trabalhos, provas, estágios,
relatórios, resenhas, livros e livros lidos e por fim a tão temida monografia.
Passados três anos e meio concluímos o curso. Claro
que não paramos por aí, juntamos um grupo bom de colegas de sala e fomos para mais
um desafio, a pós-graduação.
Quando terminamos a graduação em 2006, fizemos um
concurso que a a prefeitura da cidade do Recife abrira, era para professor I e
professor II.Estávamos confiantes, pois acabávamos de sair da universidade, o
conteúdo fluía No dia que saiu o resultado liguei pra aninha e vibrávamos. ―
Passamos! Fomos aprovadas! Que bom amiga parabéns! Falamos uma a outra.
Então ficamos no aguardo de sermos chamadas, já
que o concurso era válido por 2 anos.
Educação Especial que nos aguarde!
Era assim que Ana Clarice falava,e assim fizemos,
Clarice foi logo dizendo que queria este curso,pois,só assim se aprofundara
mais sobre este universo, que é dos portadores de necessidades especiais. Como
também expor suas experiências, trocar idéias, apreender mais sobre tudo que
lhe inquietava. Tinha grandes dúvidas se agira certo com aquela aluna. Mas, no
fundo era só ansiedade, era muito competente e até hoje tem amizade com aquela
família.
Começamos nossa especialização em 2007, aos sábados o dia todo. Sentávamos num canto da
sala, ali conversamos baixinho, tirávamos dúvidas, de repente: Psiu! ― Quem
cochicha? ― Perguntava a professora. Abríamos um sorriso amarelo. ― Somos nós
professora.Desculpe. E assim, era nossas aulas, umas animadas,produtivas,outras
calmas,confusas.Mas estávamos ali, firmes e fortes.
No final do ano de 2007, terminávamos a
pós-graduação, mas tínhamos até o mês de março para entregar a monografia. E
assim em março desde mesmo ano entregamos nossa monografia e depois de 15 dias sai
nossa aprovação.
No dia em que fomos receber o resultado da
monografia da Pós-graduação,marquei com Clarice num restaurante onde
almoçávamos aos sábados,e ai apresentei Pedro meu namorado. ― Ainda estou a
procura do meu amor, brinca, Ana Clarice.
Sensação de dever cumprido.
Esperando o próximo capítulo!
ResponderExcluirAbraços
Angela
http://ahistoriadejulia2.blogspot.com.br/